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Vamos ser honestos?

05/12/2020

Tenho lido algumas mensagens e textos falando sobre a capacidade de se colocar no lugar do outro (empatia) para compreender algumas atitudes afim de não desfazermos amizades ou não nos afastarmos de pessoas que nos causam desconforto. Até porque o comportamento do outro, que nos causa desconforto e algum sofrimento, diz mais sobre nós mesmos do que sobre o outro.

Algumas correntes teóricas da própria Psicologia, incluindo a Psicologia Positiva, falam muito da importância da GRATIDÃO, COMPREENSÃO, EMPATIA, GENEROSIDADE, POR FIM, ACEITAÇÃO. Aceitação das características de cada pessoa como um antídoto para o desconforto experimentado e como possibilidade de aprendizado e crescimento pessoal.

O psicanalista Carl Jung também cita sombras que nos incomodam nos outros, as quais fazem parte da nossa própria "matéria psíquica".

Já, o existencialista Jean-Paul Sartre afirmava que "o inferno são os outros".

Contudo, e particularmente, me reservo o direito de me ausentar, de me afastar de relações tóxicas. Também tenho auxiliado pacientes nesta decisão quando tomam essa consciência sobre seu livre-arbítrio, o seu poder de escolha.

O fato de não nos identificarmos com o outro, e vice-versa, não nos dá a obrigatoriedade da convivência. As diferenças devem, sim, ser respeitadas. Mas o livre-arbítrio é um poderoso direito assegurado para garantir justamente este respeito aos limites.

Neste sentido podemos usar o afastamento e o "contato zero" com pessoas que nos fazem mal.

Mas como identificar essas relações tóxicas?

• Pessoas que utilizam processos de “vitimização” para nos dominar ou conseguir o que desejam, apenas para manter seu status-quo.
• Pessoas que rejeitam nosso pensar e sentir; nossa visão de vida; nossas escolhas; tudo aquilo que nos define como sujeitos constituídos.
• Pessoas que exploram nossa “boa vontade” e abusam da nossa “generosidade”.
• Entre outras tantas formas tóxicas de domínio e tentativas de controle.

Outra ferramenta que eu utilizo é o senso de equidade. Onde a relação traz "injustiça" também me reservo o direito de me afastar. Isto é, quando a relação é baseada numa avenida de mão única.

Também me retiro quando percebo que não sou bem-vinda ou quando não rola aceitação da outra parte de quem sou ou como eu vivo. Ninguém fica em lugares desconfortáveis.

Vivemos num mundo tremendamente contraditório. O “pensamento positivo”, utilizado em inúmeras fórmulas de autoajuda, pode contribuir para a disseminação da ideia do “Politicamente Correto”. Com a eleição do novo Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, esta questão tornou-se ainda mais difícil de lidar. Onde há restrição de liberdade o senso de obrigatoriedade e sujeição nas relações parece falar mais alto, como uma ameaça à nossa democracia e liberdade de expressão.

O "Politicamente Correto" nada mais é do que PERVERTER a ordem e o sentido da questão, permanecendo à serviço da DOMINAÇÃO DAS NOSSAS MENTES. É usado para diminuir o pensamento crítico nas pessoas (nossa capacidade de pensar, de analisar). A mensagem é clara: ou você se adapta ao sistema vigente ou cai fora.

Por isso a ferramenta do "politicamente correto" promove essa sensação de inclusão por meio da submissão e de uma "neutralidade" que promete pertencimento e "proteção".

Esta é a manobra da corrupção da mente humana, sempre favorecendo a interesses de determinados grupos.

Fica a reflexão..

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