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"Síndrome do fim do ano" pode revelar transtornos de humor

26/12/2020

O fim do ano se próxima e com ele todas as nossas expectativas, projetos e investimentos passam por uma espécie de “retrospectiva”. Da mesma forma como assistimos aos programas televisivos que apresentam os principais acontecimentos do ano, também nos reportamos para o que construímos (ou não) neste período através das nossas próprias escolhas e da forma como enfrentamos as situações que nos foram apresentadas.

É comum recebermos uma demanda maior de atendimentos nos Consultórios de Psicologia a partir do segundo semestre do ano. A demanda aumenta ainda mais quando nos aproximamos do Natal. As pessoas de modo geral se mostram mais estressadas, mais angustiadas e deprimidas. É a "síndrome do fim do ano". Um acontecimento que se repete a cada ano.

Obviamente que precisamos fazer uma leitura apropriada dos fatores que interferem nesta mudança de humor que todos nós, em alguma ocasião e por alguma razão, podemos experimentar. Não cabe mais seguir tão somente o manual de descrição dos transtornos de humor (DSM V) sem considerar o contexto histórico, social e familiar de cada pessoa.

Saber diferenciar o que faz parte do momento que vivemos, das influências do meio e a forma como lidamos com as nossas expectativas, faz enorme diferença na hora de avaliar se estamos sofrendo o impacto desses agentes estressores, porém conseguindo administrar as circunstâncias. Ou se é hora de pedir ajuda de um profissional especializado para poder checar nossas reações frente a essa demanda.

Em outras palavras, podemos ter - ao longo da nossa vida - momentos de tristeza e ansiedade, alternando com momentos de alegria e positividade. Contudo, se apresentarmos um humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades que fazem parte da nossa rotina, podendo incluir características de irritabilidade constante por, pelo menos, duas semanas consecutivas, estaremos vivenciando um “Episódio Depressivo”.

O Episódio Depressivo é diferente do Transtorno Depressivo Maior, mas deve, sim, chamar a atenção da pessoa que o experimenta, procurando identificar os principais pontos ou fatores que contribuíram para este quadro. Toda pessoa que passa por pelo menos um episódio depressivo deve ficar atenta às possíveis causas que determinaram o surgimento desses sintomas. Isso porque a pessoa pode estar sinalizando uma forte tendência ao Transtorno Depressivo Maior. Sendo que este, por sua vez, é caracterizado por um ou mais Episódios Depressivos.

A saber, o Transtorno Depressivo Maior, o Transtorno Distímico e o Transtorno Depressivo sem outras especificações são denominações utilizadas para diagnosticar um distúrbio específico de humor que se caracteriza pela sintomatologia, produzindo prejuízos significativos na qualidade de vida e na rotina das pessoas.

No caso do Transtorno Distímico, este é caracterizado por um humor cronicamente deprimido que ocorre na maior parte do dia, por pelo menos dois anos.

É importante destacar que existe diferença entre o Transtorno Depressivo Maior, também identificado como “Depressão Unipolar” e o Transtorno de Humor Bipolar, comumente chamado de “Bipolaridade” ou “Transtorno Afetivo Bipolar”.

Na dúvida é sempre bom consultar o médico especialista ou o psicólogo em busca de um diagnóstico diferencial. Este pode ser feito com base na sintomatologia apresentada e no histórico do paciente. Assim, o diagnóstico é realizado com base em entrevistas psiquiátricas e avaliações psicológicas, sendo que o tratamento para estes transtornos inclui, muitas vezes, a administração de medicamentos (específicos para cada caso) e a associação de psicoterapia visando auxiliar a pessoa na mudança de hábitos e comportamentos.

Fique atento, não hesite em procurar ajuda caso esteja vivenciando algum quadro sintomático que perdure por mais tempo sem que seus recursos (internos) possam superar a dificuldade apresentada. Há tratamento para o stress (esgotamento físico e mental) e para todos os transtornos de humor. Informe-se!.

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