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Quem ama a si não precisa de nenhuma aprovação externa.

19/08/2020

Recentemente fui presenteada com o vídeo do escritor Fabrício Carpinejar, falando sobre a emancipação da mulher nos dias atuais.

Um tema aparentemente recorrente apesar da historicidade que envolve a luta das mulheres em busca da emancipação.

Numa sociedade ainda machista, onde o ódio impera se ramificando feito inço em vários segmentos da nossa sociedade, falar sobre a emancipação da mulher ainda se faz necessário.

Estamos lutando pela nossa emancipação em fases avançadas, é claro! Mas ainda lutando. A “luta” agora me parece ser mais interna do que externa, embora sejamos as emancipadas testadas a todo instante, principalmente quando notadas.

Aviso às emancipadas: se saírem de casa, saiam sem suas vassouras. Bruxas não podem ser reconhecidas. Caso contrário vão direto para a fogueira.

Brincadeira à parte, vamos falar da luta interna, aquela em que você percebe que ainda há uma aresta a ser aparada dentro de você pelas crenças enraizadas, pela educação (ou má educação) recebida, pela cultura de um povo oprimido. Seja por que razão for, são arestas ou inços que precisam ser transformados dentro de você.

Para saber quais são as crenças equivocadas, vamos descrever o que é ser uma “Mulher Emancipada”.

Por Fabrício Carpinejar:

“A mulher emancipada sabe que o amor a si vem de quem passa a gostar da própria solidão. Isso é a vaidade do descanso, a vaidade do pensamento, a vaidade do seu lugar, das suas atitudes. É quando não precisa de mais nada. A gente sabe que a pessoa está se amando quando a pessoa toma um vinho sozinho, ou uma cerveja sozinha. Não precisa ligar para ninguém, não precisa fazer mais nada. É o ato de conversar consigo. SIM, a pessoa está emancipada quando dança sozinha em casa e não precisa gravar ou postar suas coreografias, nem fazer alarde. SIM, ela está emancipada! Já está se amando quando sai para a balada e não procura romance. Não está à procura de ninguém. Se surgir um pegue-te, um rolo, tudo bem. Mas se não surgir ninguém, a noite não deixará de ser boa. É isso! Quem está emancipado, gosta de si, passa a se amar, se interessa pelos amigos, escuta mais do que fala, se disponibiliza mais. Já, quem não se emancipou, fala somente de si e de suas frustrações amorosas, culpa a todos, se vitimiza, vive queixoso. Quem ama a si e está de bem consigo, vai ser capaz de fazer uma viagem sozinho, vai planejar seu próprio roteiro, vai bancar qualquer imprevisibilidade ou mudança de planos, vai curtir a viagem na sua companhia, vai descobrir novos caminhos e novas amizades. Mas, fundamentalmente, quem está emancipado não precisa da aprovação dos outros! A gente sabe que é feliz quando descobriu a liberdade de não precisar de ninguém para ser feliz”.

O contrário disso nasce das crenças equivocadas, da má educação que recebemos. Em algum momento da sua vida você acreditou que seria imprescindível ter uma companhia ao seu lado para existir enquanto totalidade e para garantir a sua inteireza e sua realização. Precisaria deste alguém para lhe sustentar, defender e lhe amar. Como se esta crença lhe dissesse que isto seria a grande meta a ser alcançada na vida, o maior propósito da sua vida. Não estou fazendo aqui apologia à solidão no sentido do não-relacionamento afetivo. Estou apenas propondo uma reflexão que lhe dá a certeza de que esta força realizadora, essa totalidade e energia vital, a energia da sua própria vida reside em você e não fora. É preciso garantir o seu “salário integral” (a sua capacidade de autossustentação emocional). Se alguém estiver na sua vida para compartilhar momentos bons e te apoiar nos momentos difíceis, será a sua bonificação, o "Plus", a remuneração variável. Mas se deixar de ganhar tal premiação, não deixarás de existir, nem ficarás sem alimento espiritual, afetivo e material. E isto, sim, significa emancipação: a capacidade de te validar, de atribuir valor pessoal, de te amar e não te importar com a opinião alheia.

Feliz vida real! Feliz emancipação!

Feliz liberdade de ser quem você é sem a necessidade de colocar no outro a responsabilidade da sua vida. Sua felicidade ou infelicidade será sempre sua responsabilidade.

Bem-vinda ao mundo dos adultos capazes de gerenciar a sua própria vida e serem felizes!

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