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Envelheça com vitalidade

01/10/2020

Neste dia 01 de outubro comemora-se o dia do idoso. Surge então a pergunta: como anda a vida da terceira idade e seu relacionamento com a sociedade atual?

O envelhecimento é um fenômeno mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. No Brasil, segundo a projeção estatística da Organização Mundial da Saúde entre 1950 e 2025 a população de idosos crescerá 16 vezes contra cinco da população total. Demonstrará um aumento de 7,5% em 1991 para cerca de 15% em 2025, mesma proporção dos países europeus, de forma que o Brasil estará com a sexta maior população de idosos do mundo. Nesse contexto, não há outro sentido para a sociedade senão aprender e apreender uma nova linguagem que inclua a terceira idade no mercado de trabalho, nas atividades sociais e no convívio das famílias.

Isso, pois eles não são mais como antigamente, em muitos casos servem hoje como exemplo de qualidade de vida e produtividade. Esse fator age em benefício próprio, já que é cientificamente comprovado que quem se mantém na ativa vive mais e melhor. Não há limites para as ocupações que os idosos podem desenvolver e muitos voltam aos bancos universitários e ao mercado de trabalho. A agenda de muitas destas pessoas, em alguns casos, é até mais ocupada do que a de um adulto na fase da “labuta”. Praticam atividades físicas, dançam, participam de eventos culturais, sociais, trabalham de forma remunerada, estudam, se separam, casam novamente e até podem ter filhos na maturidade.

Clari Ferraro, nos seus 76 anos, já era uma referência para esta nova identidade social: morava sozinha e cuidava da própria casa. Ela contava que praticava crochê, jogos, lia bastante, gostava de sair para se divertir e conversar com os amigos. Em setembro de 2009 realizou uma festa para comemorar seus 80 anos, cercada de sua família e amigos. Em 2019 repetiu a festança comemorando seus 90 anos.

A convivência das crianças com os avós também pode contribuir de forma significativa no processo de inclusão social do idoso. “A sociedade que se encaminha para o envelhecimento deve aprender a se relacionar e entrar em contato com esta nova realidade. A criança de hoje logo será o idoso de amanhã”. O papel deles no desenvolvimento psicossocial das crianças é extremamente importante. Podem auxiliar no reforço dos valores humanos, no atendimento das necessidades psicológicas e afetivas e também na função de reparação e preenchimento de lacunas apresentadas na família de origem.

Os jovens podem aprender muito com as pessoas que estão na idade da maturidade. Geralmente eles estão mais atentos aos movimentos e as mudanças sociais, bem como as inovações propostas pelos jovens. Não se constrangem ao se matricularem em cursos pré-vestibulares ou ingressarem na faculdade buscando os sonhos e desejos que foram substituídos por outras necessidades, em outras épocas de sua vida. Não existe mais esta divisão: o que faz parte do 'mundo dos jovens' e o que faz parte do 'mundo das pessoas de mais idade. Encontramos pessoas muito jovens que apresentam um perfil psicológico conservador, parecem representar perfeitamente os 'velhos dos anos 50'.

A sabedoria costuma estar ligada à inteligência emocional, ao QE. Por isso, muitos idosos apresentam um perfil de quem esteve sempre muito atento na vida. Eles possuem predisposição a aprender nas relações que estabelecem com o outro e com o meio, sendo suas vivências anteriores a bagagem de vida e o aprendizado realizado. Por esse motivo os jovens tem se aproximado mais do pessoal da terceira idade. É como se mostrassem o trailer de um filme que logo mais irão assistir. Através desses bons exemplos preparamos nossos jovens e a sociedade para uma nova identidade social: a da inclusão, da totalidade, não mais da fragmentação dos laços sociais.

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