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Somos (ou estamos) órfãos da nossa "Pátria Mãe Gentil"?!

26/06/2021

Especialmente nestes últimos anos o sentimento de orfandade tem acompanhado nossas vidas e penetrado nosso cotidiano deflagrando o fortalecimento da oligarquia na política brasileira.

Muito além das discussões que permeiam o mundo das tecnologias e da completa invasão de privacidade que este arsenal de dispositivos tecnológicos propicia, chegou o maior desafio de nossa época: consertar os erros que cometemos e acertar o passo rumo ao futuro. Para tanto há necessidade de reparação dos erros cometidos, a começar:

1. Reconhecendo a permissividade que adotamos como ferramenta de disfarce para as nossas omissões: fechamos um olho ou dois para todas as formas de corrupção que permitimos que fossem cometidas durante longos anos de perversão. Eu diria: "por séculos".

2. Ao reconhecer, primeiramente, a nossa responsabilidade sobre essa omissão, podemos iniciar um processo de resgate histórico da trajetória da política no nosso País para identificar os pontos que foram decisivos para tantos enganos cometidos por nossas lideranças (por quem elegemos).

3. Ao reconhecer que perdemos o rumo, o leme e o próprio navio, que naufragamos por conta das nossas irresponsabilidades, a quarta etapa talvez seja reconstruirmos nosso País a partir de uma definitiva reforma moral e ética. É preciso começar de novo, rever todos os valores éticos que deixamos para trás em nome da ganância, da corrupção e roubalheira, do descaso, da farsa, das mentiras e manobras que acabaram por afundar toda a nação brasileira nesse lamaçal.

4. Paralelamente a esta grande reforma dos valores morais e éticos, precisamos eleger figuras de autoridade que não apenas nos representem como lideranças efetivas no exercício de suas funções e atribuições, mas que nos tirem principalmente da sensação de orfandade, de exílio. Que nos resgatem desse limbo, das incertezas que fecundam nosso matiz.

Precisamos voltar a nos reconhecer como cidadãos de uma mesma Pátria que não desdenhou nossa inteligência e nosso caráter, que não nos exportou para outros países em busca de pertencimento e amparo.

Temos apenas uma saída: a reparação de nossos equívocos através de uma grande reforma íntima que permitirá o resgate da ética e de todos os valores essenciais à vida humana em sociedade. Façamos a nossa parte, não aceitando mais compactuar com nenhuma forma de oligarquia.

Fique atento aos apelos de muitas pessoas que ainda tentam persuadi-lo em prol de promessas que jamais serão cumpridas, a não ser em beneficio próprio. Estamos num momento extremamente delicado. Há muita oferta para pouca procura. Abra os olhos, não entre em qualquer porta, desconfie mesmo daqueles que prometem soluções mágicas em tempo recorde. Não existe solução mágica, existe ainda muita corrupção em todos os segmentos da sociedade. É hora da faxina!

Levamos anos para promover este estado de falência no nosso País. Não será em pouco tempo que consertaremos nossos erros.

A música de Beth Carvalho lembra do passado, um passado que nos cobra hoje a dívida que tentamos deixar para trás:

Olho pra mãe natureza
Me encanto com a beleza e a riqueza desse mar
O negro cuidou dessa terra
Mas os homens não conseguem preservar

O negro cuidou, o negro plantou, foi escravizado
O índio não se escravizou, foi dizimado

Preserve a Amazônia, mãe gentil
Com sua beleza sem igual
Ela é o tesouro do Brasil
Com suas riquezas naturais

Estão vendendo nossa nação
Estão entregando nosso quinhão
A gente tem que gritar
Não vamos nos acomodar
Pois isso aqui é nossa terra
Seu moço, a gente não aguenta mais, não
500 anos já foram em vão
Unidos vamos lutar, não vamos nos entregar
Pra não ser preciso partir pra guerra

Esses homens vão ter que entender
Que isto aqui é o nosso Brasil
Nosso chão, nossa vida, nossa pátria mãe gentil
Isso um dia vai ter que mudar
A justiça vai ter que acordar
E a igualdade um dia vai raiar

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